Bastidores da matéria “descartada” pela TV Gazeta.

A respeito da matéria que estava sendo preparada pela TV Gazeta sobre a biografia de Dona Domingas, muitos me questionaram sobre o desfecho desse processo. 

Esclareço os fatos:

Inicialmente, fui contatado pela equipe de jornalismo que fez diversas perguntas sobre o livro. No dia seguinte, uma jornalista confirmou a matéria e solicitou nomes e contatos dos parentes ainda vivos. Enviei o livro conforme combinado.

Dias depois, a jornalista entrou em contato novamente, e acertamos que a gravação seria realizada em frente ao Palácio Anchieta, onde está localizada a estátua de Dona Domingas. Além disso, combinamos de ligar para o padre Roberto Camillato, responsável pelas orelhas do livro, e dona Nerina Herzog, que fez a apresentação do livro, para também participarem.

Enfim, foram duas semanas de negociações. Os parentes entraram em contato comigo para expressar gratidão. Resumo: Dias e até semanas se passaram sem que a jornalista entrasse em contato, apesar de eu ter enviado várias mensagens buscando esclarecimentos. Resumo final: Não obtive mais resposta.

Fica a indagação: O que teria acontecido para não receber retorno? O lamentável é que foram veiculadas diversas matérias posteriores, a exemplo do Dia da Consciência Negra, onde continuaram abordando Dona Domingas de maneira enviesada, destacando sua pobreza e a colocando em um pedestal que ela nunca almejou em vida.

Este é o meu protesto, com todo o respeito não ao jornal, mas à memória de Dona Domingas. Peço desculpas pelo desabafo, mas é notável que a estátua de Dona Domingas será lembrada apenas ocasionalmente, "ao gosto das circunstâncias".