segunda-feira, 16 de junho de 2025

O bêbado, a lua e o Brasil


Caía a tarde como quem desiste, e no meio do cenário, um bêbado — de luto e poesia — fazia reverência à noite. Não por educação, mas por desespero. A lua, senhora dos becos e dos sonhos, mendigava luz às estrelas. E o céu, feito papel sujo, chorava em silêncio.

Ali, no tropicar de um chapéu-coco, estava o retrato do Brasil: um palhaço triste, equilibrando esperança na corda bamba. Um país que sonha com a volta dos que partiram e chora pelos que ficaram. Mas mesmo assim — machucada, cansada — a esperança dança. Porque o show, por amor ou teimosia, tem que continuar.

 

 


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