Caía
a tarde como quem desiste, e no meio do cenário, um bêbado — de luto e poesia —
fazia reverência à noite. Não por educação, mas por desespero. A lua, senhora
dos becos e dos sonhos, mendigava luz às estrelas. E o céu, feito papel sujo,
chorava em silêncio.
Ali,
no tropicar de um chapéu-coco, estava o retrato do Brasil: um palhaço triste,
equilibrando esperança na corda bamba. Um país que sonha com a volta dos que
partiram e chora pelos que ficaram. Mas mesmo assim — machucada, cansada — a
esperança dança. Porque o show, por amor ou teimosia, tem que continuar.
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