Pela
pesquisa que fizemos há diversas versões sobre essa lenda. Em 1938, no livro de
edição particular, Escada da vida, o poeta cachoeirense Benjamin Silva inseriu
um soneto em que conta a versão mais difundida da lenda que explica a origem de
uma escultura natural em duas montanhas situadas entre os municípios de
Cachoeiro de Itapemirim e Rio Novo do Sul.
“O Frade e a Freira”:
“Na atitude piedosa de quem
reza, / E
como que num hábito embuçado,
/ Pôs
naquele recanto a natureza / A
figura de
um frade recurvado. / E sob um
negro
manto de tristeza / Vê-se uma
freira
tímida a seu lado, / Que vive
ali rezando,
com certeza, / Uma oração de
amor e de
pecado... / Diz a lenda — uma
lenda que
espalharam — / Que aqui,
dentre os
antigos habitantes. / Houve um
frade e
uma freira que se amaram... /
Mas que
Deus os perdoou lá do
infinito, / E
eternizou o amor dos dois
amantes. /
Nessas duas montanhas de
granito.”
Em
1968, Maria Stella de Novaes publicou um livro de 163 páginas intitulado Lendas
Capixabas, pela FTD, em que contesta essa versão eternizada por Benjamin Silva,
sob a alegação de que as freiras só chegaram ao Espírito Santo no início do
século XX, e que “Uma lenda não pode incidir num anacronismo. Nem discrepar da
História”(p. 56).
Rodrigo
Campaneli, em 2004, publicou um livro com o título As mais belas lendas
capixabas, editado em Vitória pela Casa de Artes Campaneli Ltda. A primeira
lenda que ele reconta intitula-se “O Frade e a Índia” (p. 8-11), em que substitui
a figura da freira pela de uma indiazinha, sob a mesma alegação de Maria Stella
de Novaes de que a lenda não pode discrepar da história e de que não havia
freiras aqui no séc. XVII. No entanto, uma lenda pode dar-se ao luxo de falsear
a história.
Enfim,
para contar essa lenda, respeitamos as versões, mas discordamos.
O
documento mais antigo que traz o nome do frade e da freira foi encontrado no
diário do imperador Dom Pedro II, escrito em 1860, em que ele desenhou os perfis
das serras, vistos do mar, “Frade e Freira!” e Itabira, que chamou de garrafinha,
e marcou a hora: “8 e 36m”.
Portanto,
mesmo não tendo freiras no Brasil à época, a formação granítica já era
conhecida por esse nome. É certo que alguém já conhecia freiras em outros lugares
e deu nome as pedras. Essa é a versão mais próxima da realidade.
Já baixei. Muito obrigada!
ResponderExcluirGostei do texto. Vou ler o livro.
ResponderExcluirFiquei curioso ao ler o texto. Já baixei o livro. Esse blog é dez!!!!
ResponderExcluirEsse desenho de Dom Pedro deve ser único na história. Já vou baixar no meu Klindel.
ResponderExcluirBacana não conheço a lenda. Agora vou ler. Obrigado
ResponderExcluirParabéns! Como sempre boas postagens.Já vou baixar.
ResponderExcluirSou leitor número 1 desse blog. Sempre com assuntos interessantes.
ResponderExcluirÉ assim que se faz pesquisa. Parabéns!
ResponderExcluirValeu!
ResponderExcluirPostagem muito interessante. Já estou baixando o livro. Muito grato.
ResponderExcluirVou ler agora. Achei a postagem interessante.
ResponderExcluirSeu blog é muito interessante. Parabéns!
ResponderExcluirUm texto interessante. Vou baixar para ler.
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