Crônica elaborada a partir da leitura da obra "A Academia do Fardão e da Confusão", escrita por Fernando.
A
POSSE DE UM MORIBUNDO NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Senhoras e senhores, distinguidos membros
desta santa casa de Machado de Assis, desta santa academia de letras, que
transcende a própria morte e nos eleva à imortalidade, acima de qualquer
mortal. Expresso minha profunda gratidão por reconhecerem o meu poema épico e
concederem-me a honra de ocupar esta cadeira de número 7, a qual, peço perdão
por não me lembrar o nome do nobre acadêmico que a ocupou. No entanto,
certamente, foi um grande escritor de várias obras-primas que alcançaram do
Oiapoque ao Chuí e ultrapassaram nossas fronteiras, mundo afora.
Uma breve explicação para seguirmos: A escolha
do moribundo ocorreu entre conchavos e mutretas, práticas comuns na ABL.
A respeito do poema épico (egocêntrico) mencionado
como de sua autoria, não passa de quatro versinhos e encontra-se inacabado.
Citemos:
“No espelho o ego se exalta,
Um
pavão, na sala, se instala.
Se
elogiar fosse esporte olímpico,
Ouro, prata e bronze seriam seu pódio
simpático.”
Sua escolha ocorreu após uma generosa
contribuição à ABL e, sorrateiramente, a compra de meia dúzia de votos.
Continuemos o discurso....
Após tomar posse definitiva, prometo ser um
guardião da independência, posicionado nas escadarias desta academia, cobertas
de mármores de Carrara, protegendo o busco de Ruy Barbosa, e dedicar minha vida
para, definitivamente, me tornar um imortal.
Observação: O busto na entrada é de Machado de
Assis.
Por outro lado, não posso deixar de
citar alguns nomes de imortais que prestam elevados serviços para esta
academia. O grande "mago" Paulo Coelho, apesar de suas deficiências
linguísticas, tais como cacofonias, redundâncias, erros de regência verbal,
colocação pronominal e a falta de separação por vírgula entre o verbo e o
sujeito, sem sombra de dúvida, merece mais que a imortalidade! O
grande Getúlio Vargas que no afã da imortalidade escreveu sua bela Carta
Testamento! Sem deixar de citar o nosso querido baiano, Gilberto Gil com sua
letra: “Andá com fé eu vou/Que a fé não costuma faiá.”. Finalizando, não posso deixar de mencionar a
memorável decisão heroica e histórica da sessão de 1º de julho de 1911, onde,
por 12 votos a um, o "z" da palavra Brasil foi substituído pelo
"s".
Enfim, levantou
as mãos para os céus e exclamou: - Prometo, como membro imortal da Academia
Brasileira de Letras, exercer com dignidade e liberdade de expressão, meu
pensamento em defesa do carnaval, do samba e do futebol!!!
É o critério de quem indica!
ResponderExcluirVou ler o livro. Pela crônica já imagino o que vem pela frente!
ResponderExcluirJá li o livro de Fernando Jorge. Ele mostra a verdade dos bastidores da ABL. Recomendo.
ResponderExcluirAdirei a crônica. Vou adquirir o livro!
ResponderExcluirQue vaidade. E se dizem modestos!
ResponderExcluirBem elaborada. Parabéns!
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