sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

A POSSE DE UM MORIBUNDO NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS




Crônica elaborada a partir da leitura da obra "A Academia do Fardão e da Confusão", escrita por Fernando.

A POSSE DE UM MORIBUNDO NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

Senhoras e senhores, distinguidos membros desta santa casa de Machado de Assis, desta santa academia de letras, que transcende a própria morte e nos eleva à imortalidade, acima de qualquer mortal. Expresso minha profunda gratidão por reconhecerem o meu poema épico e concederem-me a honra de ocupar esta cadeira de número 7, a qual, peço perdão por não me lembrar o nome do nobre acadêmico que a ocupou. No entanto, certamente, foi um grande escritor de várias obras-primas que alcançaram do Oiapoque ao Chuí e ultrapassaram nossas fronteiras, mundo afora.

Uma breve explicação para seguirmos: A escolha do moribundo ocorreu entre conchavos e mutretas, práticas comuns na ABL.

A respeito do poema épico (egocêntrico) mencionado como de sua autoria, não passa de quatro versinhos e encontra-se inacabado. Citemos:

No espelho o ego se exalta,

Um pavão, na sala, se instala.

Se elogiar fosse esporte olímpico,

 Ouro, prata e bronze seriam seu pódio simpático.”

Sua escolha ocorreu após uma generosa contribuição à ABL e, sorrateiramente, a compra de meia dúzia de votos.

Continuemos o discurso....

Após tomar posse definitiva, prometo ser um guardião da independência, posicionado nas escadarias desta academia, cobertas de mármores de Carrara, protegendo o busco de Ruy Barbosa, e dedicar minha vida para, definitivamente, me tornar um imortal.

Observação: O busto na entrada é de Machado de Assis.

Por outro lado, não posso deixar de citar alguns nomes de imortais que prestam elevados serviços para esta academia. O grande "mago" Paulo Coelho, apesar de suas deficiências linguísticas, tais como cacofonias, redundâncias, erros de regência verbal, colocação pronominal e a falta de separação por vírgula entre o verbo e o sujeito, sem sombra de dúvida, merece mais que a imortalidade!   O grande Getúlio Vargas que no afã da imortalidade escreveu sua bela Carta Testamento! Sem deixar de citar o nosso querido baiano, Gilberto Gil com sua letra: “Andá com fé eu vou/Que a fé não costuma faiá.”.  Finalizando, não posso deixar de mencionar a memorável decisão heroica e histórica da sessão de 1º de julho de 1911, onde, por 12 votos a um, o "z" da palavra Brasil foi substituído pelo "s".

Enfim, levantou as mãos para os céus e exclamou: - Prometo, como membro imortal da Academia Brasileira de Letras, exercer com dignidade e liberdade de expressão, meu pensamento em defesa do carnaval, do samba e do futebol!!!

6 comentários:

  1. É o critério de quem indica!

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  2. Vou ler o livro. Pela crônica já imagino o que vem pela frente!

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  3. Já li o livro de Fernando Jorge. Ele mostra a verdade dos bastidores da ABL. Recomendo.

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  4. Adirei a crônica. Vou adquirir o livro!

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  5. Que vaidade. E se dizem modestos!

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  6. Bem elaborada. Parabéns!

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