Quem foi Domingas Felippe?
Domingas Felippe destacou-se como uma das pioneiras
na reciclagem de lixo no Espírito Santo, na metade do século XX. Além disso,
ela foi a única mulher negra a ser homenageada com uma escultura pelo renomado
escultor italiano Carlos Crepaz. A escultura está localizada ao lado da
escadaria Bárbara Lindemberg, que dá acesso ao Palácio Anchieta, em Vitória/ES,
integrando um importante conjunto arquitetônico e histórico do Estado do
Espírito Santo.
A escultura em bronze de Dona Domingas, instalada
ao lado do Palácio Anchieta, teve o tamanho do saco que ela carregava nas
costas reduzido por Carlos Crepaz por questões estéticas, embora na realidade o
saco fosse bem maior que seu corpo. Além dessa escultura, existem mais três
obras que retratam Dona Domingas, todas feitas por Crepaz. Duas dessas
esculturas são em madeira, sendo uma datada de 1959. Uma delas está em Ortisei,
na Itália, e outra no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. A
terceira, em bronze, foi adquirida por uma pessoa do interior do Espírito Santo.
A que está ao lado do Palácio Anchieta
foi instalada pelo prefeito Chrisógono Teixeira da Cruz em 1971. O ex-aluno de
Crepaz, possui uma foto da matriz em madeira, datada de 1959 e assinada pelo
próprio artista.
Dona Domingas veio do Rio de Janeiro quando criança
e morou no Morro do Pinto, na Rua Conselheiro Mafra, 89, no bairro de Santo
Antônio, com seus pais Frederico Felippe e Maria Helena Felippe.
Muitos dizem que foi mendiga, mas isso não condiz
com a verdade. Nos anos 40, ela e sua irmã Olira foram trabalhar como
catadeiras de café em grãos no armazém de café da firma alemã Tordovilli. O
gerente da fábrica se chamava Álvaro de Andrade Leitão. Depois, Olira começou a
trabalhar na casa da filha de Álvaro, Dona Carmen Leitão.
Carlo Crepaz, o escultor italiano da
escultura de Dona Domingas, tinha um pequeno ateliê nos fundos da Escola
Ludovico Pavoni, próximo à casa dela na Rua Dom Benedito, perto da serraria dos
irmãos GE Santos. A inspiração para criar a escultura de Dona Domingas veio de
sua aparência: cabelos com vários coques - Bantu Knots, olhos grandes e
escuros, pele negra brilhante, quase azulada, 1,65 m de altura, vestindo uma
túnica preta, com um saco nas costas e um cajado na mão, caminhando lentamente
descalça. Assim, ele fez a primeira escultura que hoje está no Museu de Belas
Artes no Rio de Janeiro, intitulada "O Anoitecer", em referência ao
descanso de Dona Domingas nas escadarias do Palácio Anchieta.
ÁRVORE GENEALÓGICA DE DONA DOMINGAS.
Frederico
Felippe, filho de Inácio Felippe e Maria Rosa, se casou com Maria Helena
Felippe. Tiveram os seguintes filhos:
1. David
Frederico (1876/RJ – 1954/Linhares/ES)
Nasceu em no Rio de Janeiro em
1876, se casou com Laurinda Frederico do Nascimento e tiveram seis filhos: Eduardo,
Marco Aurélio, Mercedes, Márcia, Antonio, Eldon de Castro. Em sua Certidão de
Óbito consta que veio a falecer em 16/07/1954 em Córrego das Pedras - Linhares/ES,
às 10.40h, aos 78 anos, cor parda, profissão lavrador, viúvo, pais já
falecidos, causa mortis ignorada. Foi declarante da certidão: Eduardo
Frederico, sendo o atestado firmado por Eldon Lopes Lousada e Ezequias Lopes
Barbosa. Foi sepultado em Linhares. Óbito lavrado em 17 de julho de 1954.
Dele também foi encontrado a Certidão de Nascimento
de uma filha de nome: Maria Mazieira Frederico, nascida em 14 de novembro de
1948, às 5 horas em Jacaraype, cor parda, filha de David Frederico e Angelina
Mazieira, avós paternos: Frederico Felippe e Maria Helena, maternos: João
Mazieira e Jocelina Mazieira, declarante o próprio pai, testemunhas: Benedito
do Espírito Santo e Paulino Soares. Carapina, 12 de maio de 1951.
2.
Maria da
Conceição Felippe (1882/RJ – 1962/RJ)
Nasceu no Rio de Janeiro
em 1882. Se casou com Durval Nascimento e tiveram quatro filhos:
- Antonio Nascimento – Nascido em 15 de novembro de 1926, em
Colatina/ES. Faleceu em 1977 no Rio de Janeiro.
- Maria Nascimento Rocha (?)
- Mario Nascimento de Oliveira (?)
- Paulina Nascimento dos Santos (?)
Registro
do seu falecimento Maria da
Conceição Felippe:
Faleceu
às 5 horas e cinco minutos do dia 22 de setembro de
1962, no Instituto de Dermatologia Eduardo Rabello, com 80 anos, natural do
Estado do Rio de Janeiro, estado civil viúva, residente na rua Marquês de
Abrantes, 24/RJ, filha de Frederico Felippe e Maria Helena Felippe, profissão
doméstica, causa mortis: insuficiência cardiovascular. Deixou 4 filhos maiores.
Vai ser sepultada no Cemitério São Francisco Xavier/RJ. Declarante: Antonio
Nascimento, brasileiro, 35 anos, residente na rua Marquês de Abrantes, 24/RJ,
profissão (ilegível), atestado firmado pelo médico Walter Caminha.
3. Domingas
Felippe (1884/RJ – 1966/ES)
Nasceu em 23 de março de 1884 no Rio de Janeiro.
Foi casada com Mario Manoel do Sacramento. Faleceu em 1 de junho de 1966, aos
82 anos, na Rua Alzira Viana Morro, Vitória/ES. Enterrada no Cemitério de Santo
Antonio/ES em 1 de junho de 1966. Deixou bens e um filho de nome José Paulo
Bomfim nascido em Vitória/ES, em 30 de julho de 1927. Foi casado com Teresa
Rosa Techette Bomfim. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 59 anos, em 1 de maio de
1988 e foi enterrado no Cemitério Olinda–RJ (Cemitério Municipal de Nilópolis).
Não deixou bens. Deixou 3 filhos maiores. Na verdade, faleceu com 61 anos, já
que nasceu em 1927.
4. Brasília
Felippe dos Santos (1889/BA – 1958/ES)
Brasília
Felippe dos Santos foi casada com José Santos e tiveram o filho José dos
Santos, nascido em 1918 em Colatina–ES. Esse filho se casou com Olímpia de
Oliveira Santos e tiveram nove filhos:
Alda
Santos – 12/10/1947 -25/03/2018, Josefa, Maria de Lourdes, Olinda, Lúcia, José
Roberto, Arlindo, José Carlos, Marcos Antônio.
Certidão
de óbito: Nascida na Bahia em 1899, falecida em 2/03/1958
com 59 anos, viúva, na rua Conselheiro Mafra, 55, Santo Antonio-ES, e enterrada
no cemitério de Santo Antônio. Seu filho, José dos Santos, nascido em
Colatina/ES em 8/12/1918, faleceu em 6/05/1991. Na Certidão de Óbito de
Brasília consta que foi casada com José dos Santos e passou a se chamar
Brasília Felippe dos Santos.
5. Olira
Maria Helena (1905/ES – 1988/ES)
Filha de Frederico Felippe e Maria Helena Felippe.
Encontramos a sua Certidão de Óbito. Nascida em 1905, Espírito Santo, falecida
em 15/07/1988, aos 83 anos, rua Conselheiro Mafra, 89, viúva, causa mortis –
senilidade, na sua residência, rua Conselheiro Mafra, 89, viúva, sepultada em
16/07/1988, cemitério de Santo Antônio. Exumada em 02/02/2002 – Edital 003/1999
e transferida para o depósito de Maruípe.
Aqui está a genealogia de Frederico Felippe e Maria
Helena Felippe em formato de tópicos, incluindo datas de nascimento e
falecimento quando disponíveis:
1. Frederico Felippe e Maria Helena Felippe
- Filhos:
1. David
Frederico (1876/RJ – 1954/ES)
-
Casado com Laurinda Frederico do Nascimento
-
Filhos:
-
Eduardo
-
Marco Aurélio
-
Mercedes
-
Márcia
-
Antonio
-
Eldon de Castro
-
Maria Mazieira Frederico (1948/RJ – ?)
2. Maria
da Conceição Felippe (1882/RJ – 1962/RJ)
-
Casada com Durval Nascimento
-
Filhos:
-
Antonio Nascimento (1926/ES – 1977/RJ)
-
Maria Nascimento Rocha
-
Mario Nascimento de Oliveira
-
Paulina Nascimento dos Santos
3.
Domingas Felippe (1884/RJ – 1966/ES)
-
Casada com Mario Manoel do Sacramento
-
Filho:
-
José Paulo Bomfim (1927/ES – 1988/RJ)
4.
Brasília Felippe dos Santos (1889/BA – 1958/ES)
-
Casada com José Santos
-
Filho:
-
José dos Santos (1918/ES – 1991/ES)
-
Casado com Olímpia de Oliveira Santos
-
Filhos:
- Alda Santos (1947/ES – 2018/ES)
- Josefa
- Maria de Lourdes
- Olinda
- Lúcia
- José Roberto
- Arlindo
- José Carlos
- Marcos Antônio
5. Olira
Maria Helena (1905/ES – 1988/ES)