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Em versos rimados e vibrantes, Belchior: Vida e Obra em Cordel traça a trajetória do grande cantor e poeta cearense que marcou gerações com sua voz inconfundível e letras repletas de poesia e contestação. Da infância em Sobral às estradas da vida, o cordel narra sua busca por liberdade, suas influências literárias e musicais, além dos dilemas que fizeram de suas canções verdadeiros hinos da juventude sonhadora e inconformada.
Entre o lirismo e a rebeldia, a obra percorre os passos de um artista que desafiou padrões e eternizou versos como "Tenho pressa de viver". Com métrica envolvente, o cordel exalta seu legado, suas parcerias, seu exílio voluntário e seu lugar na história da música popular brasileira. Uma homenagem fiel ao trovador que fez da poesia sua bandeira e do Brasil sua eterna inspiração.
Oscarina Cruz Guimarães, filha de Antenor Guimarães, nasceu em 16 de agosto de 1893 e viveu seus breves anos na Rua 23 de Maio, em frente ao bucólico Parque Moscoso, no coração de Vitória. Sua infância e juventude foram moldadas pelo conforto material proporcionado por sua família, mas, infelizmente, a saúde frágil a acompanhou desde cedo. Aos 21 anos, com a esperança de recuperação, foi enviada à cidade de São José dos Campos SP) para tratar da tuberculose, a grande epidemia da época. Contudo, no dia 13 de agosto de 1915, poucos dias antes de completar 22 anos, Oscarina sucumbiu à enfermidade, deixando em sua curta trajetória um rastro de saudade e histórias.
No dia de seu enterro, o cortejo reuniu familiares, amigos e vizinhos, todos unidos pela dor da perda. Entre os presentes, uma figura silenciosa e comovente chamou a atenção: o fiel cachorro de Oscarina. O animal, companheiro inseparável, permaneceu ao lado do túmulo mesmo após a dispersão dos presentes, como se guardasse a jovem de uma maneira que só os laços do amor incondicional permitem. Por anos, ele continuou ali, até que também foi vencido pela morte. Sensibilizada pelo vínculo entre os dois, a mãe de Oscarina determinou que o cachorro fosse enterrado junto à filha, e, em sua memória, mandou esculpir sua figura sobre a sepultura.
Hoje, o túmulo é mais do que um local de descanso eterno; é um testemunho de amor e fidelidade, marcado pela cruz no topo e pela escultura do cachorro que repousa sobre ele. Essa história de lealdade comove quem por ali passa, sendo um lembrete de que mesmo em uma vida breve pode haver profundos e eternos significados.
Em homenagem à memória de sua filha, o pai de Oscarina deu um nome especial à casa onde a jovem viveu seus dias de alegria e desafios. Na fachada, gravou-se para sempre as palavras “Villa Oscarina”, um tributo à jovem que, apesar do pouco tempo, deixou marcas de amor e lembrança imortal.
Depois de uma extensa pesquisa na vasta e rica
paisagem da literatura brasileira, reunimos nesta coleção as obras que
consideramos as mais representativas e impactantes. Nosso objetivo foi
selecionar obras que não apenas marcaram a história literária do Brasil, mas
que também continuam a influenciar e a inspirar leitores de todas as gerações.
Cada
obra aqui escolhida passou por uma criteriosa análise, buscando equilíbrio
entre valor literário, relevância histórica e a capacidade de dialogar com o
leitor contemporâneo. Esta coleção é um tributo aos escritores que, por meio de
suas palavras, souberam capturar a essência do Brasil em suas múltiplas facetas
— sejam elas sociais, culturais ou humanas.
Começamos com o mestre Machado de Assis, apresentando
seu inigualável “Dom Casmurro”, uma obra-prima que persiste como uma das
maiores realizações da literatura brasileira. Esta narrativa, com sua profundidade
psicológica e complexidade temática, abre nossa seleção de forma brilhante.
Este livro é mais do que uma coletânea; é uma
celebração da genialidade literária brasileira, um convite para revisitar
clássicos e descobrir novas perspectivas. Esperamos que cada obra escolhida
nesta seleção enriqueça sua compreensão do Brasil e reforce o valor imortal da
nossa literatura.
Tão logo virão outras, ampliando ainda mais este
panorama literário, que busca celebrar a diversidade e a riqueza de nossa
produção literária.
Quem, além da própria paisagem urbana
de São Paulo, poderia capturar sua essência, revelando a vida pulsante de seus
habitantes, suas histórias e lutas?
Quem, senão Adoniran Barbosa, descreveu
com mestria em suas canções, a vida dos paulistanos anônimos, cujas narrativas
se entrelaçam nas esquinas e bairros da cidade?
Sem dúvida, afirmamos: "Se São
Paulo tivesse um rosto, seria o de Adoniran Barbosa, a voz e o testemunho do
espírito paulistano.".
João Rubinato, conhecido artisticamente
como Adoniran Barbosa, eternizou-se como um dos maiores cronistas musicais da
metrópole. Sua obra transcendeu décadas, perpetuando a identidade da cidade
através de letras que são, simultaneamente, crônicas e poemas do cotidiano
urbano.
Com seu sotaque
ítalo-paulistano-caipira e uma sensibilidade inigualável, Adoniran trouxe à
vida figuras como "o Arnesto", "o Juca" e "a
Iracema", que se tornaram ícones da cultura popular brasileira.
Em composições como "Trem das
Onze", "Saudosa Maloca", "Tiro ao Álvaro" e
"Samba do Arnesto", Adoniran revelou, com precisão, os protagonistas
de São Paulo, expondo suas contradições, paixões e dilemas sociais. Ele foi
além das superficialidades, imergiu no dia a dia da cidade ao caminhar por suas
ruas, interagiu com as pessoas, ouviu atentamente as entonações, as sintaxes e
as sonoridades que emanavam dos cortiços, malocas e bairros como Brás, Bexiga,
Barra Funda e Casa Verde, extraindo histórias que ressoam até hoje nos corações
paulistanos.
É impossível dissociar Adoniran Barbosa
de São Paulo, pois sua obra está organicamente entrelaçada com a identidade da
cidade. Ele não apenas cantou sobre São Paulo; ele a incorporou em suas
canções, tornando-se o embaixador musical de uma metrópole em constante
transformação.
Portanto, revisitar o legado de
Adoniran é reverenciar um mestre que não só deixou uma marca indelével na
música brasileira, mas também aprofundou nossa compreensão da complexidade e da
beleza de São Paulo, a cidade que ele amava e narrava com tanta paixão.
Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver. Eu, que sempre fui forte, não tinha jeito, precisava chorar. Minha casa, que antes era um refúgio, tornou-se um lugar estranho, como se nem fosse mais minha. Tudo ao redor parecia deslocado, e a solidão, uma companhia constante.
Decidi sair para caminhar, soltar a voz nas estradas, sem rumo definido, apenas para tentar encontrar um pouco de paz. Meu caminho era de pedra, cada passo pesado, carregado de lembranças e saudades. Como posso sonhar, se o que restou são memórias que o vento vem terminar?
Enquanto caminhava, as lágrimas rolavam silenciosamente. Pensamentos sombrios me envolviam, e, por um momento, a ideia de desistir parecia tentadora. Mas havia uma força dentro de mim que resistia. Decidi fechar o pranto, encarar a dor e seguir pela vida, tentando me esquecer de você.
Com o tempo, percebi que não queria mais a morte. Havia muito a ser vivido, experiências novas a serem descobertas. Decidi que ia amar de novo, e se não desse certo, não sofreria. Porque agora, mais do que nunca, eu entendia que meu viver dependia de minhas próprias mãos.
Cada dia era um passo à frente, um recomeço. Já não sonhava, mas fazia com meu braço o meu viver. A vida voltava a ganhar cor, e minha voz, outrora embargada pela tristeza, ganhava força nas estradas que escolhia trilhar.
Soltar a voz nas estradas tornou-se uma espécie de libertação. Já não queria parar. Meu caminho ainda era de pedra, mas agora, cada pedra se tornava parte da minha história, do meu crescimento. Como posso sonhar, perguntei-me de novo, mas agora a resposta vinha clara: sonho feito de brisa, e o vento não vem terminar, mas sim espalhar meus sonhos pelo mundo.
E assim, continuava minha jornada, aprendendo a viver de novo, a amar de novo. Porque, afinal, a vida é feita de recomeços, e eu estava disposto a construir novos sonhos, com a certeza de que cada passo, cada estrada, fazia parte de quem eu era e de quem eu estava me tornando.