segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Literatura Clássica - Dom Casmurro





 Depois de uma extensa pesquisa na vasta e rica paisagem da literatura brasileira, reunimos nesta coleção as obras que consideramos as mais representativas e impactantes. Nosso objetivo foi selecionar obras que não apenas marcaram a história literária do Brasil, mas que também continuam a influenciar e a inspirar leitores de todas as gerações.

            Cada obra aqui escolhida passou por uma criteriosa análise, buscando equilíbrio entre valor literário, relevância histórica e a capacidade de dialogar com o leitor contemporâneo. Esta coleção é um tributo aos escritores que, por meio de suas palavras, souberam capturar a essência do Brasil em suas múltiplas facetas — sejam elas sociais, culturais ou humanas.

Começamos com o mestre Machado de Assis, apresentando seu inigualável “Dom Casmurro”, uma obra-prima que persiste como uma das maiores realizações da literatura brasileira. Esta narrativa, com sua profundidade psicológica e complexidade temática, abre nossa seleção de forma brilhante.

Este livro é mais do que uma coletânea; é uma celebração da genialidade literária brasileira, um convite para revisitar clássicos e descobrir novas perspectivas. Esperamos que cada obra escolhida nesta seleção enriqueça sua compreensão do Brasil e reforce o valor imortal da nossa literatura.

Tão logo virão outras, ampliando ainda mais este panorama literário, que busca celebrar a diversidade e a riqueza de nossa produção literária.

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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

A voz de São Paulo - Adoniran Barbosa


 

Quem, além da própria paisagem urbana de São Paulo, poderia capturar sua essência, revelando a vida pulsante de seus habitantes, suas histórias e lutas?

Quem, senão Adoniran Barbosa, descreveu com mestria em suas canções, a vida dos paulistanos anônimos, cujas narrativas se entrelaçam nas esquinas e bairros da cidade?

Sem dúvida, afirmamos: "Se São Paulo tivesse um rosto, seria o de Adoniran Barbosa, a voz e o testemunho do espírito paulistano.".

João Rubinato, conhecido artisticamente como Adoniran Barbosa, eternizou-se como um dos maiores cronistas musicais da metrópole. Sua obra transcendeu décadas, perpetuando a identidade da cidade através de letras que são, simultaneamente, crônicas e poemas do cotidiano urbano.

Com seu sotaque ítalo-paulistano-caipira e uma sensibilidade inigualável, Adoniran trouxe à vida figuras como "o Arnesto", "o Juca" e "a Iracema", que se tornaram ícones da cultura popular brasileira.

Em composições como "Trem das Onze", "Saudosa Maloca", "Tiro ao Álvaro" e "Samba do Arnesto", Adoniran revelou, com precisão, os protagonistas de São Paulo, expondo suas contradições, paixões e dilemas sociais. Ele foi além das superficialidades, imergiu no dia a dia da cidade ao caminhar por suas ruas, interagiu com as pessoas, ouviu atentamente as entonações, as sintaxes e as sonoridades que emanavam dos cortiços, malocas e bairros como Brás, Bexiga, Barra Funda e Casa Verde, extraindo histórias que ressoam até hoje nos corações paulistanos.

É impossível dissociar Adoniran Barbosa de São Paulo, pois sua obra está organicamente entrelaçada com a identidade da cidade. Ele não apenas cantou sobre São Paulo; ele a incorporou em suas canções, tornando-se o embaixador musical de uma metrópole em constante transformação.

Portanto, revisitar o legado de Adoniran é reverenciar um mestre que não só deixou uma marca indelével na música brasileira, mas também aprofundou nossa compreensão da complexidade e da beleza de São Paulo, a cidade que ele amava e narrava com tanta paixão.

 

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terça-feira, 6 de agosto de 2024

Travessia



Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver. Eu, que sempre fui forte, não tinha jeito, precisava chorar. Minha casa, que antes era um refúgio, tornou-se um lugar estranho, como se nem fosse mais minha. Tudo ao redor parecia deslocado, e a solidão, uma companhia constante.
Decidi sair para caminhar, soltar a voz nas estradas, sem rumo definido, apenas para tentar encontrar um pouco de paz. Meu caminho era de pedra, cada passo pesado, carregado de lembranças e saudades. Como posso sonhar, se o que restou são memórias que o vento vem terminar?
Enquanto caminhava, as lágrimas rolavam silenciosamente. Pensamentos sombrios me envolviam, e, por um momento, a ideia de desistir parecia tentadora. Mas havia uma força dentro de mim que resistia. Decidi fechar o pranto, encarar a dor e seguir pela vida, tentando me esquecer de você.
Com o tempo, percebi que não queria mais a morte. Havia muito a ser vivido, experiências novas a serem descobertas. Decidi que ia amar de novo, e se não desse certo, não sofreria. Porque agora, mais do que nunca, eu entendia que meu viver dependia de minhas próprias mãos.
Cada dia era um passo à frente, um recomeço. Já não sonhava, mas fazia com meu braço o meu viver. A vida voltava a ganhar cor, e minha voz, outrora embargada pela tristeza, ganhava força nas estradas que escolhia trilhar.
Soltar a voz nas estradas tornou-se uma espécie de libertação. Já não queria parar. Meu caminho ainda era de pedra, mas agora, cada pedra se tornava parte da minha história, do meu crescimento. Como posso sonhar, perguntei-me de novo, mas agora a resposta vinha clara: sonho feito de brisa, e o vento não vem terminar, mas sim espalhar meus sonhos pelo mundo.
E assim, continuava minha jornada, aprendendo a viver de novo, a amar de novo. Porque, afinal, a vida é feita de recomeços, e eu estava disposto a construir novos sonhos, com a certeza de que cada passo, cada estrada, fazia parte de quem eu era e de quem eu estava me tornando.

 

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Crônica sobre a música Carinhoso


 

Nas ruas antigas, sob a luz dourada do entardecer, caminhava eu, imerso em pensamentos e melodias que ecoavam do fundo da minha alma. O velho rádio da praça tocava uma canção que conhecia desde a infância, "Meu Coração", e cada nota parecia pulsar em sincronia com meu próprio coração.

Meu coração, não sei por quê,

Bate feliz quando te vê...

Meus passos lentos seguiam o ritmo da música, e minha mente vagava para tempos passados, quando conheci alguém especial. Com olhos que brilhavam como estrelas e um sorriso capaz de iluminar os dias mais nublados, desde o primeiro encontro, senti algo inexplicável, uma conexão profunda que me fazia sentir vivo.

E os meus olhos ficam sorrindo,

E pelas ruas vão te seguindo,

Mas mesmo assim foges de mim...

Essa pessoa sempre foi uma alma livre, difícil de capturar, como uma brisa suave que passa por entre os dedos. Mesmo com todo meu carinho e dedicação, parecia que ela sempre escapava. A canção que ouvia agora trazia todas essas memórias de volta, cada verso uma punhalada doce de saudade.

Ah, se tu soubesses

Como sou tão carinhoso

E o muito, muito que te quero

E como é sincero o meu amor...

Lembrava das cartas que escrevi, cheias de palavras de amor, mas que nunca tiveram resposta. Cada tentativa de me aproximar, cada gesto carinhoso, parecia se perder no vento. Ainda assim, meu amor nunca diminuiu; ao contrário, parecia crescer com a distância, alimentado pela esperança e pela lembrança dos momentos compartilhados.

Eu sei que tu não fugirias mais de mim...

A música chegava ao clímax, e meus olhos se encheram de lágrimas. Queria tanto que essa pessoa soubesse o quanto a amava, o quanto cada batida do meu coração era por ela.

Vem, vem, vem, vem,

Vem sentir o calor dos lábios meus

À procura dos teus...

Olhei ao redor, a praça começava a se esvaziar, mas minha mente estava repleta de imagens dessa pessoa especial. As palavras da canção ecoavam em meu peito, um chamado desesperado para que ela voltasse, para que finalmente encontrasse o caminho de volta para meus braços.

Vem matar esta paixão

Que me devora o coração

E só assim então serei feliz

Bem feliz...

Enquanto a última nota da música se dissipava no ar, fechei os olhos e fiz um pedido silencioso. Talvez, em algum lugar, essa pessoa também estivesse ouvindo aquela canção, sentindo o mesmo que eu. Talvez, um dia, nossos caminhos se cruzassem novamente e, finalmente, pudéssemos viver o amor que tanto desejei.

Ao abrir os olhos, senti uma brisa leve e um raio de sol aquecendo meu rosto. Sorri, com a esperança renovada de que, não importa quanto tempo leve, um dia meu coração e o dela bateriam juntos novamente, em perfeita harmonia.

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Árvore Genealógica de Dona Domingas

 





Quem foi Domingas Felippe?

 

Domingas Felippe destacou-se como uma das pioneiras na reciclagem de lixo no Espírito Santo, na metade do século XX. Além disso, ela foi a única mulher negra a ser homenageada com uma escultura pelo renomado escultor italiano Carlos Crepaz. A escultura está localizada ao lado da escadaria Bárbara Lindemberg, que dá acesso ao Palácio Anchieta, em Vitória/ES, integrando um importante conjunto arquitetônico e histórico do Estado do Espírito Santo.

 

A escultura em bronze de Dona Domingas, instalada ao lado do Palácio Anchieta, teve o tamanho do saco que ela carregava nas costas reduzido por Carlos Crepaz por questões estéticas, embora na realidade o saco fosse bem maior que seu corpo. Além dessa escultura, existem mais três obras que retratam Dona Domingas, todas feitas por Crepaz. Duas dessas esculturas são em madeira, sendo uma datada de 1959. Uma delas está em Ortisei, na Itália, e outra no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. A terceira, em bronze, foi adquirida por uma pessoa do interior do Espírito Santo.  A que está ao lado do Palácio Anchieta foi instalada pelo prefeito Chrisógono Teixeira da Cruz em 1971. O ex-aluno de Crepaz, possui uma foto da matriz em madeira, datada de 1959 e assinada pelo próprio artista.

Dona Domingas veio do Rio de Janeiro quando criança e morou no Morro do Pinto, na Rua Conselheiro Mafra, 89, no bairro de Santo Antônio, com seus pais Frederico Felippe e Maria Helena Felippe.

Muitos dizem que foi mendiga, mas isso não condiz com a verdade. Nos anos 40, ela e sua irmã Olira foram trabalhar como catadeiras de café em grãos no armazém de café da firma alemã Tordovilli. O gerente da fábrica se chamava Álvaro de Andrade Leitão. Depois, Olira começou a trabalhar na casa da filha de Álvaro, Dona Carmen Leitão.

Carlo Crepaz, o escultor italiano da escultura de Dona Domingas, tinha um pequeno ateliê nos fundos da Escola Ludovico Pavoni, próximo à casa dela na Rua Dom Benedito, perto da serraria dos irmãos GE Santos. A inspiração para criar a escultura de Dona Domingas veio de sua aparência: cabelos com vários coques - Bantu Knots, olhos grandes e escuros, pele negra brilhante, quase azulada, 1,65 m de altura, vestindo uma túnica preta, com um saco nas costas e um cajado na mão, caminhando lentamente descalça. Assim, ele fez a primeira escultura que hoje está no Museu de Belas Artes no Rio de Janeiro, intitulada "O Anoitecer", em referência ao descanso de Dona Domingas nas escadarias do Palácio Anchieta.

ÁRVORE GENEALÓGICA DE DONA DOMINGAS.

 

Frederico Felippe, filho de Inácio Felippe e Maria Rosa, se casou com Maria Helena Felippe. Tiveram os seguintes filhos:

1.   David Frederico (1876/RJ – 1954/Linhares/ES)

Nasceu em no Rio de Janeiro em 1876, se casou com Laurinda Frederico do Nascimento e tiveram seis filhos: Eduardo, Marco Aurélio, Mercedes, Márcia, Antonio, Eldon de Castro. Em sua Certidão de Óbito consta que veio a falecer em 16/07/1954 em Córrego das Pedras - Linhares/ES, às 10.40h, aos 78 anos, cor parda, profissão lavrador, viúvo, pais já falecidos, causa mortis ignorada. Foi declarante da certidão: Eduardo Frederico, sendo o atestado firmado por Eldon Lopes Lousada e Ezequias Lopes Barbosa. Foi sepultado em Linhares. Óbito lavrado em 17 de julho de 1954.

Dele também foi encontrado a Certidão de Nascimento de uma filha de nome: Maria Mazieira Frederico, nascida em 14 de novembro de 1948, às 5 horas em Jacaraype, cor parda, filha de David Frederico e Angelina Mazieira, avós paternos: Frederico Felippe e Maria Helena, maternos: João Mazieira e Jocelina Mazieira, declarante o próprio pai, testemunhas: Benedito do Espírito Santo e Paulino Soares. Carapina, 12 de maio de 1951.

 

2.   Maria da Conceição Felippe (1882/RJ – 1962/RJ)

 

Nasceu no Rio de Janeiro em 1882. Se casou com Durval Nascimento e tiveram quatro filhos:

 

- Antonio Nascimento – Nascido em 15 de novembro de 1926, em Colatina/ES. Faleceu em 1977 no Rio de Janeiro.

- Maria Nascimento Rocha (?)

- Mario Nascimento de Oliveira (?)

- Paulina Nascimento dos Santos (?)

 

Registro do seu falecimento Maria da Conceição Felippe:

Faleceu às 5 horas e cinco minutos do dia 22 de setembro de 1962, no Instituto de Dermatologia Eduardo Rabello, com 80 anos, natural do Estado do Rio de Janeiro, estado civil viúva, residente na rua Marquês de Abrantes, 24/RJ, filha de Frederico Felippe e Maria Helena Felippe, profissão doméstica, causa mortis: insuficiência cardiovascular. Deixou 4 filhos maiores. Vai ser sepultada no Cemitério São Francisco Xavier/RJ. Declarante: Antonio Nascimento, brasileiro, 35 anos, residente na rua Marquês de Abrantes, 24/RJ, profissão (ilegível), atestado firmado pelo médico Walter Caminha.

 

3.   Domingas Felippe  (1884/RJ – 1966/ES)

 

Nasceu em 23 de março de 1884 no Rio de Janeiro. Foi casada com Mario Manoel do Sacramento. Faleceu em 1 de junho de 1966, aos 82 anos, na Rua Alzira Viana Morro, Vitória/ES. Enterrada no Cemitério de Santo Antonio/ES em 1 de junho de 1966. Deixou bens e um filho de nome José Paulo Bomfim nascido em Vitória/ES, em 30 de julho de 1927. Foi casado com Teresa Rosa Techette Bomfim. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 59 anos, em 1 de maio de 1988 e foi enterrado no Cemitério Olinda–RJ (Cemitério Municipal de Nilópolis). Não deixou bens. Deixou 3 filhos maiores. Na verdade, faleceu com 61 anos, já que nasceu em 1927.

4.   Brasília Felippe dos Santos (1889/BA – 1958/ES)


 Brasília Felippe dos Santos foi casada com José Santos e tiveram o filho José dos Santos, nascido em 1918 em Colatina–ES. Esse filho se casou com Olímpia de Oliveira Santos e tiveram nove filhos:

Alda Santos – 12/10/1947 -25/03/2018, Josefa, Maria de Lourdes, Olinda, Lúcia, José Roberto, Arlindo, José Carlos, Marcos Antônio.

Certidão de óbito: Nascida na Bahia em 1899, falecida em 2/03/1958 com 59 anos, viúva, na rua Conselheiro Mafra, 55, Santo Antonio-ES, e enterrada no cemitério de Santo Antônio. Seu filho, José dos Santos, nascido em Colatina/ES em 8/12/1918, faleceu em 6/05/1991. Na Certidão de Óbito de Brasília consta que foi casada com José dos Santos e passou a se chamar Brasília Felippe dos Santos.

5.   Olira Maria Helena (1905/ES – 1988/ES)

Filha de Frederico Felippe e Maria Helena Felippe. Encontramos a sua Certidão de Óbito. Nascida em 1905, Espírito Santo, falecida em 15/07/1988, aos 83 anos, rua Conselheiro Mafra, 89, viúva, causa mortis – senilidade, na sua residência, rua Conselheiro Mafra, 89, viúva, sepultada em 16/07/1988, cemitério de Santo Antônio. Exumada em 02/02/2002 – Edital 003/1999 e transferida para o depósito de Maruípe.

 

Aqui está a genealogia de Frederico Felippe e Maria Helena Felippe em formato de tópicos, incluindo datas de nascimento e falecimento quando disponíveis:

 

1. Frederico Felippe e Maria Helena Felippe

   - Filhos:

     1. David Frederico (1876/RJ – 1954/ES)

        - Casado com Laurinda Frederico do Nascimento

        - Filhos:

          - Eduardo

          - Marco Aurélio

          - Mercedes

          - Márcia

          - Antonio

          - Eldon de Castro

          - Maria Mazieira Frederico (1948/RJ – ?)

     2. Maria da Conceição Felippe (1882/RJ – 1962/RJ)

        - Casada com Durval Nascimento

        - Filhos:

          - Antonio Nascimento (1926/ES – 1977/RJ)

          - Maria Nascimento Rocha

          - Mario Nascimento de Oliveira

          - Paulina Nascimento dos Santos

     3. Domingas Felippe (1884/RJ – 1966/ES)

        - Casada com Mario Manoel do Sacramento

        - Filho:

          - José Paulo Bomfim (1927/ES – 1988/RJ)

     4. Brasília Felippe dos Santos (1889/BA – 1958/ES)

        - Casada com José Santos

        - Filho:

          - José dos Santos (1918/ES – 1991/ES)

            - Casado com Olímpia de Oliveira Santos

            - Filhos:

              - Alda Santos (1947/ES – 2018/ES)

              - Josefa

              - Maria de Lourdes

              - Olinda

              - Lúcia

              - José Roberto

              - Arlindo

              - José Carlos

              - Marcos Antônio

     5. Olira Maria Helena (1905/ES – 1988/ES)

 

 




sexta-feira, 15 de março de 2024


#diamundialdoconsumidor

A foto única da inauguração do Procon de Guarapari, enfrentando tentativas de impedimento, por meros interesses políticos mesquinhos.
No Dia Mundial do Consumidor, relembra-se a inauguração do primeiro Procon municipal do Brasil, há 29 anos em Guarapari, Espírito Santo, em conjunto com o saudoso prefeito Gilberto Corradi.
Às 18 horas do dia 15 de março daquele ano, após várias tentativas do ex-secretário estadual de Justiça de impedir a criação do primeiro Procon municipal do estado e do país, por motivos que consideramos pertinentes que o público conheça... Resumimos: ELE (S) queria (M) que o Procon Estadual, do qual fui secretário, continuasse a "governar e dar ordens" em todo o estado. O ex-secretário chegou a telefonar para o prefeito, afirmando que ele não tinha atribuição legal e que somente ELE (S) poderia (M) autorizar. Por coincidência, eu estava no gabinete do prefeito. Com o telefone no viva voz, pedi ao prefeito para falar com o ex-secretário. A conversa foi breve: Eu disse: "Me desculpe, secretário, mas aqui o prefeito tem sim atribuição legal para fundar o Procon, ao contrário de 'VOSSA EXCELÊNCIA', que será bem recebida na inauguração."
Bem, prefiro não citar o nome, pois "fulano" não merece ter destaque aqui.
Por educação, o prefeito enviou convites a todas as autoridades do estado, incluindo o governador e demais autoridades.
Enfim, para surpresa de todos, ninguém compareceu! O interessante é que não houve disputas de egos ou partidárias. Apenas queriam, literalmente, que Ele(S) inaugurasse(m).
É surreal! Quem passou dois meses mergulhado na legislação e depois redigiu a lei fui eu. (Me desculpe pelo "eu"). Depois, a Câmara Municipal aprovou por maioria de votos, com um detalhe: houve um voto contra. Mas evitarei citar o partido por questões que não merecem ser mencionadas. Finalizado, no dia da inauguração o prefeito chegou com algumas autoridades locais e me perguntou: “Não veio ninguém do Estado?” Respondi: O senhor acha que viriam?”
A frase de Eduardo Galeno é pontual: “Os ditadores têm medo dos poetas porque os poetas são cidadãos cujas armas são as palavras."
Trabalhos realizados naquele período:
1- Procon nas escolas.
2- Jornal do Consumidor.
3- Feira da Fraude.
4- 4. Contribuímos para tornar a cesta básica mais acessível ao consumidor e realizamos palestras com os comerciantes. Também participamos ativamente na adequação da rotulagem de diversos produtos em nível nacional. No entanto, uma das ações mais significativas foi pressionar a Motorola a lançar um novo modelo de celular, pois os primeiros facilitavam grampos telefônicos. Agradecemos a todos que acreditaram em nosso trabalho, pois quando um consumidor deixa de reclamar, é a coletividade que perde.
Depois que deixamos o órgão, uma "curriola" revogou a lei na íntegra. Em outras palavras, uma lei que seguia rigorosamente o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
Em suma, a foto (única) faz parte da Memória do nosso Estado.