Quem sobe ao Convento da Penha, ao entrar na Capela, passa por uma antessala (alpendre), e logo avista uma grande e imponente escultura de madeira de Nossa Senhora da Piedade segurando em seus braços, Jesus Cristo morto.
A escultura de Nossa Senhora da Pietá (ou Piedade)
foi entalhada em madeira maciça do tipo “peroba”, feita pelo escultor italiano
Carlo Crepaz, no ano de 1961 e trazida ao Convento no mesmo período. Colocada
sobre uma estrutura de madeira, envolta por uma redoma de vidro, a Imagem
possui também partes da composição em pequenos blocos de cedro, especialmente a
retratação da “coroa de espinhos” de Jesus.
Possuindo 2,10m de largura e 1,30m de altura, a
obra traz ainda alguns pontos de “um tratamento pictórico em imitação de
bronze” e que em 1997, passou também por outra intervenção que foi uma camada
de esmalte sintético branco. Anos mais tarde, foi realizada a última
restauração, que trouxe de volta a cor original, o marrom. Este último
processo, foi de responsabilidade de Vera Lúcia Lube, pelo IPHAN. Além da
retomada da cor original, a Imagem teve suas rachaduras e trincas eliminadas,
possibilitando inclusive, perceber o tipo de formão (ferramenta utilizada na
entalhação) que o artista usou.
A riqueza de detalhes é um dos maiores
destaques da obra do escultor italiano, que com seu porte e perfeição, lembra a
obra de Michelangelo. Crepaz fazia questão de sempre retratar o mais próximo do
real, por isso imprimia em cada ponto, um olhar muito real. Chegou ao Espírito
Santo em 1951 e faleceu em 1992, na Itália. Muitas de suas obras estão
presentes no dia-a-dia dos capixabas, como é o caso de algumas estátuas
colocadas em diferentes pontos da Capital Vitória. O busto de Frei Pedro Palácios,
que faz parte do acervo permanente da Sala de Exposições do Convento, também é
de autoria do italiano. Aos pés da Imagem, ficam dois genuflexórios, onde os
fiéis e devotos podem rezar diante da representação.
Mas quem foi o modelo da estátua?
Nerina
Bortoluzzi Herzog, hoje com 86 anos foi a modelo da Pietà do Convento da Penha
quando tinha 17 anos. Dona Nerina nos
falou em entrevista sobre a habilidade de Crepaz e como conheceu dona Domingas.
É muito história de vida de quem deixou a pátria amada em virtude da guerra.
Muito interessante!
ResponderExcluirConheço essa senhora . Muito gentil.
ResponderExcluirParabéns!
ResponderExcluirJá li o livro de dona Nerina. Uma vida difícil durante a guerra.
ResponderExcluirUma revelação histórica para as futuras gerações.
ResponderExcluirNão sabia. Agora tenho história para contar. Parabéns!
ResponderExcluirQuem diria! Dona Nerina!
ResponderExcluirGrande mulher!
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